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As Complexidades do Uso de Drogas na Contemporaneidade

  • Foto do escritor: Noele Gonzaga
    Noele Gonzaga
  • 13 de mai. de 2024
  • 2 min de leitura

Em um mundo dominado pela tecnologia e pelas telas, onde a interação humana muitas vezes é substituída por conexões superficiais nas redes sociais, as questões relacionadas ao uso de drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas, assumem novas dimensões e desafios.

A pandemia do coronavírus, que restringiu o contato físico e isolou muitas pessoas em suas bolhas digitais, agravou ainda mais a fragilidade emocional da nossa sociedade, amplificando os sentimentos de solidão, ansiedade e desespero.

Para muitos, a vida digital oferece uma ilusão de conexão e pertencimento, mas na realidade cria um vácuo emocional, onde a busca por validação e aceitação externa se torna uma obsessão incessante. A constante exposição a imagens idealizadas e padrões irreais de sucesso e felicidade alimenta um ciclo de insatisfação e inadequação, levando muitos a buscar alívio nas substâncias como uma forma de escapar dessa realidade opressiva.

O uso de drogas, seja ele recreativo ou como autotratamento para problemas de saúde mental, é uma resposta desesperada à dor psíquica e ao vazio existencial que permeiam nossas vidas modernas. As substâncias psicoativas oferecem uma fuga temporária da angústia interna e uma ilusão passageira de paz e contentamento, mas a que custo?

Além disso, o uso indiscriminado de medicamentos prescritos, muitas vezes incentivado pela medicalização da vida cotidiana, contribui para uma cultura de dependência e alienação, onde a solução para qualquer desconforto emocional é encontrada em uma pílula ou substância, ou seja, externamente.

Nesse cenário complexo e multifacetado, é fundamental que reconheçamos a gravidade dessas questões e adotemos uma abordagem mais ampla, profunda e integrativa para o cuidado. Isso inclui não apenas o tratamento do "vício em drogas", mas também a promoção de estratégias de enfrentamento saudáveis, o fortalecimento das redes de apoio social e o cultivo de uma cultura de conexão e empatia.

À medida que nos ajustamos a essa realidade pós-pandemia, é crucial mantermos a vigilância em relação aos impactos negativos do uso excessivo de tecnologia e substâncias em nossa saúde mental e bem-estar. Devemos nos esforçar para encontrar um equilíbrio saudável entre o mundo alienado e o mundo real, priorizando o cultivo de relações genuínas e significativas. Ao fortalecer os laços interpessoais e investir em conexões autênticas, podemos encontrar formas mais eficazes de lidar com as complexidades da vida cotidiana.

É essencial desmistificar o paradigma do "drogado" como alguém fraco ou incapaz de superar. Em vez disso, devemos reconhecer o uso de drogas como sintoma de questões emocionais mais profundas, que demandam compreensão e apoio em vez de julgamento e estigmatização. É essencial que quebremos essas barreiras julgadoras e direcionemos o olhar atento para quem está precisando.

 
 
 

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