Amor e Limites: Como Encontrar Equilíbrio nos Relacionamentos
- Noele Gonzaga
- 21 de jan.
- 2 min de leitura
Relacionamentos amorosos podem ser uma das experiências mais gratificantes da vida, mas também são terrenos onde muitas vezes perdemos de vista nossos próprios limites. A vontade de agradar, o medo de desagradar ou até a necessidade de provar o quanto somos dedicados podem nos levar a ultrapassar barreiras importantes, às vezes sem perceber. E isso não significa que amamos mais — significa que estamos deixando de nos amar o suficiente.
Na psicanálise, compreendemos que a maneira como nos relacionamos está profundamente conectada às nossas primeiras experiências afetivas. Se, na infância, fomos ensinados a acreditar que amor significa abrir mão de si mesmo para atender às necessidades do outro, é natural que, na vida adulta, reproduzamos esse padrão. É como se o valor que temos estivesse sempre condicionado ao quanto podemos fazer pelo outro, mesmo que isso custe nosso bem-estar.
Mas e quando essa entrega se torna uma via de mão única?
O desafio está em equilibrar o dar e o receber. Limites saudáveis nos ajudam a reconhecer até onde podemos ir sem nos esgotarmos. Isso não significa afastar o outro, mas sim estabelecer um espaço onde ambos possam existir como indivíduos completos.
Por que é tão difícil dizer “não”?
A dificuldade em estabelecer limites em um relacionamento amoroso muitas vezes nasce do medo: medo de parecer egoísta, medo de rejeição ou, ainda, medo de perder o outro. Esses medos costumam ser ecos de histórias antigas — momentos em que nos sentimos insuficientes ou tememos que, se não fôssemos "perfeitos", seríamos abandonados.
A questão é que, ao dizer “sim” para tudo, muitas vezes estamos dizendo “não” para nós mesmos. E isso, com o tempo, pode gerar frustração, ressentimento e até um distanciamento emocional.
Amar sem se perder
Colocar limites não é sinônimo de frieza ou distanciamento. Pelo contrário: é uma forma de cuidar da relação, preservando tanto o outro quanto a si mesma. Quando nos respeitamos e comunicamos nossas necessidades, permitimos que o relacionamento cresça de forma mais autêntica e equilibrada.
É sobre entender que amar não é dissolver-se no outro, mas compartilhar o que você é, de forma genuína. É sobre construir uma relação onde há espaço para os dois crescerem juntos, sem abrir mão de quem são.
Construindo limites na prática
Comece identificando suas próprias necessidades e desejos. O que é importante para você? O que você sente que precisa para se sentir segura e respeitada?
Pratique a comunicação assertiva. Falar sobre seus limites pode ser desconfortável no início, mas é um passo essencial para construir um relacionamento saudável.
Lembre-se: colocar limites não é uma atitude egoísta, é uma atitude de amor. Quem realmente se importa com você vai entender e respeitar.
Você merece viver um amor que seja leve, respeitoso e verdadeiro — com o outro e, principalmente, com você mesma.
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